Chapadão
CHAPADÃO
No Chapadão, que dizia
Sê das Canôa Quemada,
Na bêra da rodovia,
Tinha uma venda afamada:
Era do Aprijo; e por sê
Venda de bêra de istrada,
Vindia uns trem de cumê,
Umas pinga... quase nada.
Aquil’ era um paradão...
Um ô ôto aparicia...
Fora o Aprijo, patrão,
O Flavo ali atindia.
Isperano a jardinera,
Ô mesmo quando apiava,
Lá dento, até cum trenhera,
Se quisesse, discansava.
Tinha um pote lá num canto...
Sêde ali ninguém passava!...
Ele era grande, dum tanto!
Cumé será que lavava?
Dipois, a venda cabô;
Feiz um posto no lugá.
E os custume mudô,
Pra quem passava por lá.
Todo chei de nove hora,
Um posto grande, importante;
Uns dono que vei de fora
Pra vendê pros viajante.
Já inveiz de jardinera,
Era ônibo, passano...
Um dia, nóis lá na bêra,
E a chuva braba chegano...
Munto istalo, ventania...
Cum pôco, já dispejô;
E pedra tamém caía;
Iscondê nóis pricisô.
Mais o posto, nessa hora,
As porta tudo fechô,
E nóis ficô lá de fora,
Só nas parede incostô.
Os de dento, prutigido,
De certo nem atinô
De importá, botá sintido,
Cons que lá fora sobrô.
Se fosse a venda, passada,
Quarqué um pudia entrá,
Sem pricisá comprá nada,
Até a chuva passá.
.,.,.,.,.