EVOLUÇÃO
EVOLUÇÃO
Ainda ontem,
Desafiava o tempo,
As intempéries,
Seguia as estações.
Numa tarde, era o verdor frondoso
E, então, ao despertar,
Ornava-se de uns cachos rosa;
Em breve, seria apenas rosa pelo ar.
Vinham os periquitos, beija-flores
E outros graciosos visitantes
Compor esse espetáculo gratuito
Aberto ao céu e a todos os passantes.
Sempre, a seu tempo, as flores se soltavam:
Chuviscos coloridos, profusão,
Até surgir um imenso tapete
Que, a cada ano, decorava o chão.
Depois, painas suspensas pelos galhos,
Doce balanço ao sabor do vento
E, enfim, abertas painas voadoras,
Nesse cair aleatório e lento.
Em certos dias, tudo que restava
Eram os galhos nesse emaranhado
E, especialmente ao cair da noite,
Era assombroso e encantado.
Seguia as estações...
Permanecia...
Contraste nesse meio.
Esta manhã,
Porém,
Não pôde amanhecer.
Por ora,
Eis o que há:
Os restos...
Cavacos...
Um toco.
(Florisa Brito)
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