FENDAS
FENDAS
Florisa Brito
Vento suave de outono
Noite afora
Esquadrinhando superfícies
Buscando fendas
Afora a noite
Nuvens
Sombras
De quando havia
Fendas muito mais
Em portas e janelas
Nos beirais
Nas telhas soltas
Nas paredes
Havia
No entanto
Ali
O rabo do fogão
A lenha
Calor
Fumaça procedente
Havia sempre
Um ponto de aconchego
Na frialdade que sobressaía
Outono havia
Nada fácil
No entanto
Belo
No entrever
Outonos de depois
Diversos
O frio mais cortante
Dentro
Raras
E estreitas
Fendas de saída