FOLHAS MIÚDAS

FOLHAS MIÚDAS

 

No intragável excesso

De figuras ocas

Rarefeitos hiatos

Coexistem

 

Entediante burburinho

Dos que passam

Aguardam

Abordam

 

Inopinadamente

No entanto

Irrompem

Folhas miúdas

Em revoada

Por entre as silhuetas várias

 

Desimportantes folhas

Despencadas

Durante a madrugada morta

 

Revoam

Debandam

E se esbaldam

Folhas ainda

Posto que já desarraigadas

Folhas aos trancos e barrancos

Pelo chão e pelos ares

Entre figuras semoventes

E estorvos mais

 

Todavia

Eis que irrompem as vassouras

Imperiosas

Essenciais

 

E aí

Pelos poderes à vassoura concedidos

As revoantes folhas

Miúdas

Em comportado lixo se convertem

Contidas

Nas embalagens opacas triunfais

 

- Florisa Brito -

 

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