FOLHAS MIÚDAS
FOLHAS MIÚDAS
No intragável excesso
De figuras ocas
Rarefeitos hiatos
Coexistem
Entediante burburinho
Dos que passam
Aguardam
Abordam
Inopinadamente
No entanto
Irrompem
Folhas miúdas
Em revoada
Por entre as silhuetas várias
Desimportantes folhas
Despencadas
Durante a madrugada morta
Revoam
Debandam
E se esbaldam
Folhas ainda
Posto que já desarraigadas
Folhas aos trancos e barrancos
Pelo chão e pelos ares
Entre figuras semoventes
E estorvos mais
Todavia
Eis que irrompem as vassouras
Imperiosas
Essenciais
E aí
Pelos poderes à vassoura concedidos
As revoantes folhas
Miúdas
Em comportado lixo se convertem
Contidas
Nas embalagens opacas triunfais
- Florisa Brito -
*******