Os chapéu do Titãozim
Os chapéu do Titãozim
Esse era o Titãozim que morava ali, confrontano conóis pelo lado do pastim. Tinha ôto Titãozim, que morava longe e que nóis quais num incontrava. Esse mais de longe, eu lembro do meu pai falá, quando cumeçava a madurá as melancia, que havera avisá... quem sabe se êlz apruveitava aparecê antes que cabasse... dicerto êlz gostava...
Do Titãozim ali de perto, tô lembrano é o que ele falava quando ia comprá um chapéu novo.
Ele falava que num ia comprá quarqué chapéuzim, não. Tinha que sê Cury ô Ramenzoni, que era artigo de primera, ispicial’! Ele falava assim: “Eu vô comprá é dos bão! Puis esse é o derradero q’eu vô comprá mesmo...” Passava uns tempo, laía o Titãozim comprá ôto chapéu novo, e dos bão, purque era o derradero traveiz... Ih!... Foi um eito de derradero chapéu!...
Duns tempo pra cá, tô cum mania de pensá que vai sê a derradera veiz que faço umas coisa...
Num é sobre comprá chapéu, não... é assim, purexemplo, sobre uns guardado que, toda veiz que vô prucurá um trem, é aquele mesmo que eu num acho... principal’mente ducumento véi... Pa jogá fora, num sabe qualé que vai pricisá; aí vai juntano uma coisera, e quando pricisa num acha... dá munta raiva de perdê tempo caçano... e quando acha ôto que tinha prucurado inhantes, aí que dá mais raiva! Intão, eu penso: agora vô arrumá direitim, fazeno de conta que é um sirviço qu’eu tô fazeno pros ôto, seja num imprego, ô um favor... pra ficá bão mesmo! Aí eu cumeço... num dá tempo de cabá... porque sempre tem ôtas coisa passano de hora... Dipois eu torno pricisá... prucuro e num acho... torno prometê: vai sê a derradera veiz que acontece isso! Agora eu arrumo!... e nada...
Tem um punhado de coisa, n’é só essa não, que faiz eu lembrá os chapéu do Titãozim... toda hora o chapéu derradero traveiz...
(Florisa Brito)