Num é nada!
A gente nesse mundo num é nada!
Vivia ripitino, no mei dos caus qu’ ele contava: “A gente nesse mundo num é nada!”
Eu iscutava, botava sintido no que aquêlz acunticido ia mostrano, e intindia munto bem que era desse jeito mesm’... Mais tamém num matava a ideia c’aquilo não. Era mais-ô-meno assim: eu intindia que as pessoa, num é que era tudo sem sirvintia; num era isso. É que aquélz que tava achano que pudia mais que os ôto, que fazia e acunticia, cabava dano cons burro n’água, na hora do bamo vê. As pessoa tudo... mais custei atiná que eu tava dento desse balai tamém.
Num é que eu iscapulia de num sê nada, por querê sê mió do que os ôto. Não! É que eu nem num dava fé que eu existia... De modo que, pra mim, até pra chegá a num sê nada, igual’ os ôto, foi custoso... tive que rompê munto chão... travessá munta pirambera...
Purisso é que eu acho munta graça quando uns fica rotano mantegoso... purque, no frigi dos óvo, ninhum de nóis num é nada! O mió é intendê isso... pra dá menos bom dia a cavalo... E se a coisa imbramá, convém pidi michimento...
(Florisa Brito)